2022-03-15
A importância da relação terapêutica
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A Terapia Ocupacional (TO) foca-se na promoção do bem-estar, qualidade de vida e funcionalidade de indivíduos de todas as idades que enfrentam desafios físicos, emocionais ou cognitivos que interferem nas suas atividades diárias. Nessas atividades diárias, chamadas de "ocupações," incluem-se tarefas como o vestir e despir, alimentação, realizar tarefas domésticas, participar em atividades de lazer, frequentar a escola ou o trabalho, e muito mais.
Um dos pilares chave da TO passa por compreender que o envolvimento significativo nessas ocupações é essencial para a saúde e bem-estar de uma pessoa. Portanto, os terapeutas ocupacionais trabalham com os utentes de forma a ajudá-los a superar os desafios que surgem na sua rotina e a adquirir/melhorar as competências necessárias para um melhor desempenho das suas atividades diárias.
Em todo e ao longo do processo, e focando na área pediátrica, o terapeuta ocupacional necessita de conhecer amplamente a criança com a qual vai intervir, nomeadamente os seus pontos fortes, as suas principais dificuldades, bem como os seus interesses. Apesar de um TO realizar sempre uma avaliação exaustiva do desempenho da criança durante as atividades realizadas, através da observação direta da criança, é aqui que desde logo surge a família no processo terapêutico.
De facto, a família é, geralmente, o primeiro ambiente no qual um indivíduo cresce e se desenvolve. Normalmente, assume-se como uma fonte fundamental de suporte emocional para a criança – a presença e o apoio da família nos vários momentos podem ajudar a criança a sentir-se segura e compreendida. Mas, para além disso, os membros da família são muitas vezes os primeiros a identificar desafios ou comportamentos preocupantes na criança, pelo que durante o processo podem fornecer informações atualizadas ao terapeuta sobre o que está a acontecer em casa, na escola (pelo feedback dado pela comunidade escolar) ou ainda noutros locais significativos para a família.
Um outro aspeto fundamental é que a família pode ajudar a reforçar as estratégias e competências desenvolvidas nas sessões de terapia, o que se sabe que está associado a um melhor prognóstico e a melhores resultados na intervenção, bem como pode ajudar na promoção da autonomia e independência da criança, que tanto é trabalhada em Terapia Ocupacional.
No entanto, é importante observar que a influência da família nem sempre é positiva ao longo do processo terapêutico. Em alguns casos, verificam-se relações familiares pouco facilitadoras, dinâmicas familiares mais complexas ou exigências desproporcionais por parte dos pais/cuidadores àquelas que são as capacidades atuais da criança, que acabam por comprometer o sucesso da intervenção. Nesses casos, o terapeuta pode e deve desempenhar um papel crítico ao ajudar a família a desenvolver estratégias para melhor ajudar a criança a sentir-se num ambiente familiar seguro e confortável.
Em resumo, a visão de um terapeuta ocupacional sobre o papel da família no processo terapêutico da criança é de parceria e colaboração, funcionando como uma parte integral e necessária para todo o processo. A família é vista como um recurso valioso e essencial na promoção da independência, funcionalidade e bem-estar dos utentes.