2022-03-15
A importância da relação terapêutica
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Quando algo não está bem e se procura ajuda, tudo o que queremos e mais precisamos é de uma justificação, uma causa, um nome para o que se está a passar connosco ou com alguém que nos é próximo. Este “rótulo” vem trazer alguma segurança neste que é um período de incertezas, dúvidas e medos e traz consigo alguma objetividade, útil para caracterizar algo que tanto pode ser tudo como pode ser nada. Contudo, nem sempre o “rótulo” traz a paz ou o conforto.
Quando um “rótulo” está associado a condições crónicas, tudo parece desabar no momento, mas não tem de ser sempre assim. O diagnóstico não tem de ser uma sentença de invalidez ou muito menos um atestado de dependência e incapacidade até ao final de vida.
O que não nos podemos esquecer é que, por detrás de um diagnóstico, há sempre uma pessoa e, no fundo, esse tem de ser SEMPRE o foco!
Isto porque existem inúmeras condições em que a sua sintomatologia manifesta-se de forma heterogénea - a complexidade do nosso corpo e mente nem sempre facilitam a compreensão das peças do nosso puzzle, que começam a soltar-se aos poucos. E, nestes casos, em que é que o clínico se poderá basear na sua intervenção? Na pessoa (e não no seu rótulo).
Quantas vezes não nos deparamos com crianças com PEA que conseguem comunicar verbalmente e adoram estar junto dos seus coleguinhas? Ou então crianças com PHDA que, apesar de terem menor tempo de atenção, conseguem realizar as atividades que propormos durante o tempo necessário se estiverem a fazê-las no chão e não na mesa? Assim, o rótulo acaba por não ser o único elemento para guiar a intervenção.
Se pensarmos bem, na verdade, os técnicos acabam por intervir nas diferentes componentes da pessoa e não numa condição em si (que quase na generalidade das vezes é irreversível ou incurável).
Este é um dos pilares chave da Terapia Ocupacional que deve ser destacado, uma vez que o foco na pessoa, na ocupação e no ambiente é o que sustentará sempre a intervenção nesta área clínica.
Por tudo isto, a mensagem final a passar é: a identidade própria pode e deve estar sempre à frente do diagnóstico que a pessoa possa ter, pois a condição pode evoluir ou ir-se modificando, mas enquanto a pessoa quiser participar então o diagnóstico não passa de um “rótulo” - uma etiqueta que pode estar a mascarar muitas das potencialidades da pessoa e que podemos retirar para compreender a pessoa como um ser pleno que é.